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AUMENTO DA OBESIDADE PREOCUPA ESPECIALISTAS

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OPINIÃO - VISÃO DO CORREIO

A Federação Mundial da Obesidade (FMO) divulgou no dia (2/3) o Atlas 2023, um estudo com novos números da obesidade no mundo – e eles assustam. Segundo a entidade, mais da metade da população mundial (51%) estará com sobrepeso ou obesa até 2035, caso nenhuma medida mais efetiva seja tomada para conter esse quadro. Serão mais de 4 bilhões de pessoas fora do peso em um intervalo de 12 anos.


Atualmente, uma a cada sete pessoas tem obesidade no mundo. A projeção para 2035 é de um para quatro, ou seja, quase 2 bilhões de pessoas terão índice de massa corporal (IMC) superior a 30. Ainda segundo o relatório, publicado dois dias antes do Dia Mundial da Obesidade (4), as crianças e os adolescentes são a maior preocupação das autoridades de saúde, especialmente em países com populações de baixa renda, em que as condições sanitárias e nutricionais não cumprem os parâmetros de segurança alimentar auditados pela Conferência Mundial da Alimentação (CMA). Em 2035, a previsão é de que 400 milhões de crianças tenham obesidade no planeta. No Brasil, o crescimento seria de 4,4% por ano, índice considerado muito alto pela FMO.


A obesidade é uma doença grave, com várias complicações associadas como hipertensão, diabetes, doença cardiovascular, além do risco de alguns tipos de tumores (câncer) e morte precoce. Os dados também afetam a população adulta. Atualmente, mais de 40% dos adultos brasileiros estão obesos, o que já é um nível considerado alto. O crescimento projetado de 2020 a 2035 é de 2,8% por ano, com um impacto econômico no setor de saúde que deve ultrapassar os US$ 19 milhões de dólares em 2035.


Nos últimos anos, o Brasil também assistiu à queda do número de cirurgias bariátricas. Entre 2017 e 2022, o Brasil realizou 315.720 mil cirurgias bariátricas, sendo 252.929 cirurgias, segundo dados da Agência Nacional de Saúde (ANS, até 2021), via planos de saúde; 16.000 feitas de forma particular; e 46.791 (incluindo 2022) procedimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Antônio Carlos Valezi, o número, no entanto, não representa 1% dos pacientes portadores de obesidade que possuem indicação cirúrgica para o tratamento da doença no país.

Paulo Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), reforça as estratégias individuais para conter esse quadro preocupante: hábitos de vida saudáveis, com alimentação balanceada e prática regular de atividade física. No entanto, ele atribui às autoridades públicas a propagação de ações que incentivem a prática diária de exercícios e o consumo saudável de alimentos, assim como a taxação de produtos associados ao maior risco de obesidade, como, por exemplo, os ultraprocessados, o que já ocorre em países desenvolvidos.


Caso contrário, se nada for feito, o que seria apenas uma projeção para a próxima década, se transformará em realidade.

 

Por: Correio Brasiliense 

 

Publicação: Edna Delmondes

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